terça-feira, 3 de maio de 2011

UM TRAGO DE MANHÃ DESCONHECIDA

Um trago de manhã desconhecida
Que escorre p´la goela tão sedenta!
E com caligrafia já tremida
Brota a escrita de mim, p´ra esta sebenta.

Há dejectos de tinta ciumenta
E penas sujas sem água fervida;
E sinto-me "barriga que rebenta"
Numa ansiedade, de vida já perdida!

Rebola pelo chão a poesia...,
Paira sobre nós a morte tão fria;
E a escrita atira pedras para cima!

Mas tudo o que se atira, também cai...,
Nesta manhã tão negra que recai
Sobre estas folhas brancas sem mais rima!

António Botelho

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