Assombração poética, meu leito...
A vontade de escrita não convicta,
A prática em desejo tão desfeito,
A inspiração não vem porque medita?
Uma borracha, sobre a mente invicta,
Apagou a ambição de um poeta feito
Da poesia que sofre e recita
Num sofrimento alegre pouco estreito!
O auge da perfeição foi aniquilado!
"Estou" ausente do meu próprio estado,
Caneta que arde na mão do poeta!
E nesta decadência estou estampado,
Acto ignóbil? Desisto desse fado
Ou tomo a escrita como predilecta?
António Botelho
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